28/12/2016




villa-istoe
Marco Antonio Villa
Quem, em janeiro, imaginou que terminaríamos o ano com a derrota acachapante do projeto criminoso petista? E com Dilma fora da Presidência? E mais ainda: Lula como penta-réu? Poucos, certamente. Lula e o PT se apresentavam ao País como um eterno presente. Estávamos condenados à dominação petista por muitos anos. A oposição parlamentar, sempre receosa, evitava o confronto aberto. Preferia saborear alguns nacos de poder nos governos estaduais e municipais. Tudo mudou quando as ruas deram novo ritmo à História, rompendo com a letargia dos políticos profissionais. A anomia foi substituída pelo desejo de participação cidadã como nunca vimos no Brasil. O que parecia impossível acabou se realizando. O isolamento do PT, a inépcia político-administrativa de Dilma, o petrolão, as condenações da Lava Jato, a crise econômica levaram milhões às ruas e o impeachment foi aprovado de acordo com o disposto na Constituição. O fim do pesadelo ocorreu de forma tranquila. As ameaças de Lula não se cumpriram. Não houve confrontos que colocassem em risco à ordem pública. Tudo ocorreu em relativa paz.
O PT quis transformar a derrota em vitória. Insistiu em chamar o novo governo de golpista. Contou com o apoio de partidos e movimentos associados ao seu projeto criminoso. Recebeu também solidariedade de artistas e pseudointelectuais. De nada adiantou. E a fragorosa derrota eleitoral de outubro – o partido foi esmagado nas urnas – sepultou a “defesa da legalidade”. Sem slogan e apoio popular restou ao PT traçar uma nova estratégia. A questão não é mais o poder, mas a sobrevivência partidária e de suas principais lideranças ameaçadas de prisão, especialmente Lula – considerado pelo Ministério Público Federal o “comandante máximo da organização criminosa.”
O ano termina em compasso de espera. As 77 delações de acionistas e executivos da Odebrecht devem atingir as principais lideranças políticas. Tudo indica que o País dará um salto de qualidade. Se o impeachment encerrou o trágico capítulo histórico petista, as delações vão abrir espaço – em meio a uma provável turbulência política, com reflexos diretos na economia – à redefinição do Estado democrático de Direito. Dessa vez, as mudanças serão profundas. O espírito de 2016 não vai desaparecer – para desespero dos políticos tradicionais."

03/12/2016


  Publicado no O Antagonista em 02 de Setembro de 2016


Não confiável porque interminável


Por Mario Sabino

O Brasil é interminável.

Dilma Rousseff foi retirada da Presidência, mas Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski, aliados a parte do PMDB, PT e adjacências, conseguiram criar um imbróglio jurídico ao usar de truques regimentais e livrá-la da inabilitação automática para o exercício de funções públicas durante oito anos. O artigo 52 da Constituição Federal foi rasgado, mas a lei é apenas um detalhe neste país infeliz.

Assim, em vez de celebrarmos, continuamos em suspense, por causa da batalha que será travada no Supremo Tribunal Federal. Há mandados de segurança contra a decisão de livrar Dilma e um do PT que pede a anulação total do julgamento no Senado.

O que devemos temer? Que o STF decida irresponsavelmente invalidar o julgamento e seja necessário que os senadores façam outro. Nesse caso, Dilma Rousseff voltaria à Presidência, porque já transcorreu o máximo de 180 dias que ela deveria ficar afastada. Teríamos, então, o processo de impeachment correndo no Senado com a petista instalada no Planalto. Um pesadelo.

O que devemos esperar? Que o Supremo conclua que o melhor é deixar tudo como está. Dilma Rousseff permanece fora definitivamente, mas habilitada a ser eleita e ocupar um cargo que lhe garanta foro privilegiado (esse é o motivo por trás da "compaixão" dos senadores que a pouparam da punição).

O que deveríamos almejar? Que o golpe contra a Constituição fosse revertido pelo STF e Dilma Rousseff penalizada como reza o artigo 52.

O fato de o Brasil ser interminável não nos causa apenas angústia. Causa insegurança jurídica em todos os níveis. Se senadores, com a cumplicidade do presidente do Supremo Tribunal Federal, podem interpretar o texto constitucional -- o grande contrato que rege o país --, mesmo quando ele não dá margem a dúvida, qualquer acordo pode ser questionado na Justiça.

Ao não afastar Dilma Rousseff da vida pública pelo prazo previsto em lei, estamos afastando investidores.

O Brasil não é confiável porque é interminável.

Perfeita a análise  feita pelo Blog O Implicante, sobre o vergonhoso papel da imprensa brasileira e mundial que, ao invés de informar, tenta influenciar o leitor manipulando dados, informações e pesquisas.  

Qualquer leitor bem informado haverá de concordar plenamente com o Implicante.


"Sete vexames que a imprensa passou em 2016 por tratar os próprios desejos como fatos

Republican U.S. presidential candidate Donald Trump makes a face as he and his wife Melania and members of their family leave the stage at his caucus night rally in Des Moines, Iowa February 1, 2016.      REUTERS/Scott Morgan

Análises acertadíssimas.

A imprensa brasileira (bem como a mundial) está demoralizada com a eleição de Trump. Vão dizer, é claro, que todos foram pegos de surpresa, mas a verdade é que durante TODO o processo eleitoral simplesmente confundiram torcida e análise, privilegiando as primeiras e atropelando as segundas.
Deu no que deu. Mas nossa grande mídia não estreou as vergonhas do ano apenas agora. A coisa foi contumaz neste 2016.
Selecionamos 7 momentos em que as análises foram mais do que furadas. Vejamos:

Impeachment

Ainda no começo do ano, muitos garantiam que não daria em nada. A Câmara iria barrar, o Senado travaria, ou mesmo o STF. O resto é história.

Cunha não cai

Já era uma previsão frequente, mas com a queda de Dilma Rousseff virou um ATESTADO: ele não vai mais cair. Afinal, ela foi impichada para protegê-lo. Pois é.

Lava Jato vai parar

Sim, a operação pararia. Formadores de opinião, influenciadores e demais videntes quase nada enviesados mandaram essa. A Lava Jato continuou e continua.

Brexit

Como que votarão pela SAÍDA da União Europeia? Claro que não! Até parece, não é mesmo? O Reino Unido não fará isso. Mas fez.

Acordo Colômbia/FARC

Era certeza que os colombianos votariam em favor do acordo. Até um Prêmio Nobel já estava programado e precisou ser entregue de todo jeito, fazendo a vergonha chegar a patamares inéditos.

Brasil “de esquerda”

Afinal, elegeu Lula e Dilma Rousseff, não é mesmo? A imprensa apenas se esqueceu de lembrar que tanto um quanto outro tiveram o CUIDADO de não tocar em pautas esquerdistas nas eleições. Neste ano, com campanhas municipais atipicamente mais “ideologizadas”, ficou comprovado que o povo vota contra o esquerdismo (bastava um candidato falar em “golpe” para ser rejeitado). E quem defendeu aberta e claramente a privatização entrou no primeiro turno.

Trump

Precisa falar alguma coisa? Praticamente TODOS os especialistas aqui do Brasil disseram que ele não entraria. Na verdade, a coisa foi mais profunda: primeiro, a candidatura não era algo sério; depois, ele perderia as primárias; e então, já que passou, perderia para Hillary. Fuéim.
***
Enfim, isso será frequente, sobretudo agora nos tempos de redes sociais, enquanto a imprensa insistir em misturar torcida com fatos. E estaremos por perto para tirar o merecido sarro desses adivinhos que tentam fazer de conta que a bolha na qual vivem representa a opinião geral."

01/12/2016

Principais pautas para as manifestações do próximo dia 04 de dezembro:


#FimDoForoPrivilegiado


#NãoAnistiaDeCorruptos