Para refletir, pois tem tudo a ver com o nosso futuro
"29 de Setembro de 2016
Se você tem Teto de Gastos, o governo também precisa ter
Por Rodolfo Amstalden
O Antagonista fez campanha pelo impeachment.
Agora fará campanha pela PEC 241, que é hoje análoga ao que fora o Plano Real em 1994.
Nem todo mundo entende o Teto de Gastos.
Muita gente não entendia o Plano Real antes de sua adoção.
Mas a lógica é convincente e produz resultados formidáveis.
Basicamente, vamos impor ao setor público a mesma restrição orçamentária que nós, indivíduos, temos que administrar a cada dia.
Você recebe seu salário no começo do mês e planeja como gastá-lo. Não
existe almoço grátis. Toda decisão é pensada. Qual escola posso pagar
para o meu filho? Que tipo de azeite devo comprar?
No fundo, isso é saudável. Decisões pensadas são melhores que as tomadas
por impulso ou à custa dos outros. Precisamos saber escolher dentro de
nossas próprias restrições.
Se você gasta mais do que ganha, vai se endividar e terá de arcar pessoalmente com essa dívida.
Justo, não?
Com o governo brasileiro, não funciona assim.
Se ele (ou ela) gasta mais do que ganha, eu e você pagamos a conta, sob a forma de inflação, juros e desemprego.
O Teto de Gastos muda o jogo, obrigando o governo a enfrentar as
consequências de seus próprios atos, evitando o repasse covarde à
sociedade.
Resultará, portanto, em imediata queda da inflação, corte na Selic e crescimento da atividade.
Não quero, com essa breve explicação, fingir que o tema é trivial, tampouco romântico.
É um tema aborrecido, obviamente.
Mas, depois da queda do PT, precisamos reconstruir o país."
Meu comentário:
Pode parecer duro e difícil, mas a verdade é que só começaremos a viabilizar um país desenvolvido se o governo começar a ser governado.
Daí, então, poderemos, quem sabe, esperar uma redução da carga tributária e, com esta redução, a possibilidade de crescimento sustentado na iniciativa das pessoas (iniciativa privada).
Em 1989 a carga tributária era de 22,15% do PIB. Em 2015 foi de 32,66% do PIB (dados da Receita Federal).
Em resumo:
- em 1989, num ano, trabalhávamos 80 dias para o Governo;
- em 2015, foram necessários 119 dias de trabalho, para quitar todos os tributos.
Sempre que alguém inventa alguma despesa para o Governo, a conta é repassada para todos. Mais de 3/4 dos tributos arrecadados são indiretos - o consumidor paga embutido no preço das mercadorias e serviços que adquire.
Dar um limite de gastos ao Governo, portanto, significa dar um limite para a carga tributária.
Pagando menos tributos, as pessoas e empresas podem direcionar o restante para atividades que estimularão o crescimento do país, gerando mais emprego e mais renda.